tag:blogger.com,1999:blog-361588102024-03-12T23:14:24.700-03:00musicafalada"sinto o barato de ser ser humano"Rodolfohttp://www.blogger.com/profile/03309384620714967194noreply@blogger.comBlogger35125tag:blogger.com,1999:blog-36158810.post-71406026977137765702011-05-19T04:21:00.007-03:002011-05-19T12:57:29.335-03:00Novo quilombo de ZumbiOutro dia, lá em Santa, Pedrinho me falou de um verso do Caetano. Era um verso de 'Sampa' sobre o qual eu nunca havia meditado. Continha uma espécie de previsão, que no final da década de 80 - explicou Caetano à imprensa (e naquela noite Pedrinho, a mim) - de alguma forma havia se manifestado: "possível novo quilombo de Zumbi eram os Racioniais"<br /><br />"E a profecia se fez como previsto<br />1 9 9 7 depois de Cristo"<br /><br />Hoje pela manhã despertei com uma questão:<br /><br />(o estômago do homem<br />a mulher da terra<br />o preço da fruta<br /><br />a fez apodrecer<br /><br />e o poema fede)<br /><br />será que, nos últimos 15 anos, no Brasil, alguém conseguiu fazer uma canção melhor que essa?<br /><br /><iframe src="http://www.youtube.com/embed/9MSnZQCIqJk?fs=1" allowfullscreen="" frameborder="0" height="344" width="425"></iframe><br /><br /><br />A pergunta é ingênua, a pergunta é tola, e impossível de ser respondida. Mas ao mesmo tempo não consigo lembrar de uma canção que me lance à dúvida de um sim.<br /><br />"Do saláro injusto,<br />da punição injusta,<br />da humilhação, da tortura,<br />do terror,<br /><br />retiramos algo e com ele construímos um artefato<br /><br />um poema<br />uma bandeira"Rodolfohttp://www.blogger.com/profile/03309384620714967194noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-36158810.post-24536998894212445802010-04-08T00:26:00.042-03:002011-05-19T13:03:58.281-03:00Visitas, lampejos e outras coresNovo blog.<br />Outros posts, outros poemas.<br /><br />O vermelho fica,<br />mas junto do tempo e das saudades:<br />fica pra trás.<br /><br />(Sem querer, <a href="http://www.miomusik.com/caetano_veloso/livro_CD_large.jpg" target="blank">desastrada</a> que sempre foi, ela fura o silêncio<br />da noite<br /><br />do poema:<br />me diz que "o Amor é grande demais pra caber numa só cor"<br /><br />e Sorri)<br /><br /><br /><div style="text-align: right;">A partir de agora, penso que estarei mais presente no blog coletivo http://damansarda.blogspot.com/</div>Rodolfohttp://www.blogger.com/profile/03309384620714967194noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-36158810.post-1562921051223506852010-03-02T01:18:00.010-03:002010-03-10T03:37:28.598-03:00Amor e Saneamento1.<br /><br />Morreu um menino no Piauí.<br /><br />Depois da primeira noite de exibição de filmes no Teatro Maria Bonita, a grande mesa coletiva de café da manhã estava em silêncio. Os olhares eram quietos e se continham para baixo: o menino morto era membro do ponto de cultura que promovia o festival.<br /><br />A mesa crescia, e a comida era boa, assim, pouco a pouco, os olhares iam se esquecendo de ser cerimoniosos. Foi daí que veio a explicação: madrugada, ele caminhava de volta para casa na companhia da namorada:<br /><br />- Me dá o celular!<br />- Não dou!<br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">- </span>Gritou um tiro no peito.<br /><br />Graças a uma sobra de compaixão, a menina não fora tocada.<br /><br /><br />2.<br /><br />No dia seguinte, já havia alguma leveza. Pelos corredores, contada em sussurros, a história era toda outra. A menina tinha, além do rapaz, um outro namorado. E numa tocaia, que ninguém me sabia explicar e que eu não sabia acreditar; numa tocaia consumada em meio a telefonemas anônimos e uma tentativa de levar à força o menino para casa; numa tocaia feita por amor, pela menina, pelo outro namorado, é que o menino havia morrido.<br /><br />Pensei que era muito banal se morrer por uma namorada adolescente. Mas talvez não o seja. E, além do mais, no Piauí, as coisas são um pouco diferentes. Lá, quando se vai a um bar ou restaurante e se pede água para acompanhar uma refeição, eles a trazem sem nenhum custo adicional. A água é da bica, não é filtrada, pode vir a ponto de congelar. Mas não será negada: eles a dão de graça. O garçom me explicou:<br /><br />- Você me pediu água. Não pediu água mineral.<br /><br />Ele tinha razão. Eu bebi.<br /><br />Mais tarde disseram que o caso deu no telejornal.<br /><br /><br />3.<br /><br />Sente-se um cheiro nauseante quando se desce pela primeira vez na rodoviária de Piripiri. Em São João do Piauí a rodoviária estava (e tenho certeza que ainda está) tomada de moscas. Em algumas ruas dos arredores do Campus da Universidade Federal do Piauí, vê-se esgoto sendo expelido por buracos-canos em calçadas, para em seguida tornarem-se magros filetes corredores das sarjetas.<br /><br />Cruzando uma rua movimentada de Teresina, deu comigo um mais atrevido desses filetes. O moto-taxista - não haveria de ser de outra maneira - foi indiferente e passou por cima do estreito fio. Entendi que ao invés de bermudas, ali, eu deveria usar calças compridas.<br /><br /><br />4.<br /><br />De Floriano, soube do caso de um amigo no Rio. Fazia poucos dias que havia se afastado de sua nova namorada, e, má surpresa, numa festa de sábado à noite, a encontrou aos beijos com um novo rapaz. Se entristeceu, foi buscar uma cerveja, e quando voltou ela já não estava mais: partiu, sem que ele pudesse saber se ela também o havia visto. Mas ela o viu.<br /><br />No dia seguinte um foi à praia, o outro, ao museu. Mais tarde se telefonaram. À noite, se encontraram, conversaram e decidiram reatar o romance. Ninguém morreu. Não deu no telejornal.<br /><br /><br />5.<br /><br />Na minha única noite em Teresina, beijei uma aluna da universidade. Ela me levou a um bar, onde conversamos como velhos conhecidos, como se ali já estivéssemos, e ainda houvéssemos de estar, outras vezes. No meio da noite, a moça quis me dar seu número de telefone. Anotei, e sabia que jamais ligaria. Também me deu um endereço de e-mail. Eu sabia que jamais escreveria.<br /><br />Era preciso seguir viagem. E, na despedia, a moça me deu ainda mais o que podia, o que tinha para dar: me deixou uma caneta bic da cor preta. E, somente porque foi a primeira que encontrei, é com esta caneta que rascunho estes versos.Rodolfohttp://www.blogger.com/profile/03309384620714967194noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-36158810.post-58950436184368079602010-02-19T15:30:00.002-02:002010-02-19T15:33:24.062-02:00Poema só para Jaime OvalleQuando hoje acordei, ainda fazia escuro<br />(Embora a manhã já estivesse avançada).<br />Chovia.<br />Chovia uma triste chuva de resignação<br />Como contraste e consolo ao calor tempestuoso da noite.<br /><br />Então me levantei,<br />Bebi o café que eu mesmo preparei,<br />Depois me deitei novamente, acendi um cigarro e fiquei pensando...<br />- Humildemente pensando na vida e nas mulheres que amei.<br /><br /><div style="text-align: right;"><span style="font-size:85%;">(para esta longa quarta-feira-de-cinzas, este Manuel Bandeira)</span><br /></div>Rodolfohttp://www.blogger.com/profile/03309384620714967194noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-36158810.post-52842959268594959882010-02-08T04:48:00.023-02:002010-02-09T17:55:36.918-02:00Saias e lampejosDa primeira vez que vi Beatriz,<br />durante dias,<br />o chão da minha casa só soube fazer brilhar.<br /><br />Todos os cômodos,<br />era como se ela o tivesse tornado um pedaço de céu:<br />Porque o chão virou todo polvilhado de redondas estrelas.<br /><br />(tempo)<br /><br />Esta noite, o chão é apenas um chão,<br />de pés, de poeira.<br />Eu o observo...<br /><br />e penso que Beatriz nunca mais me usou a saia que usava naquele primeiro dia.Rodolfohttp://www.blogger.com/profile/03309384620714967194noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-36158810.post-59359275171184549942009-11-15T13:22:00.005-02:002009-11-15T13:43:15.950-02:00Em resposta à vendo passar elaAmor-morto.<br />Não foi o vermelho que expirou<br />A tragédia cedeu lugar à <a href="http://cinepoesias.blogspot.com/2009/09/espere-por-mim-senhor-tempo.html">pressa</a><br />E o real contaminou a graça.<br />E o amor, este sim, mudou<br />A morte de amor, morreu<br />Os olhos dos amantes<br />Se encheram de preguiça<br />E a dor não mata mais.<br />Assim.<br /><br /><br />Os livros que tratam dos amores dilacerados<br />Que se dilacerem eles próprios<br />Ou que ardam – na brasa do sol!<br />Mudem de nome as criaturas<br />De um poeta inglês<br />E se criem novos heróis à maneira nova<br />Que secam lágrimas ao calor úmido.<br />Quando choram.<br /><br /><br />As amêndoas amargas de linhas colombianas<br />Não exalam seu perfume como dantes<br />Remetendo aos desejos sem ventura.<br />Tudo se arruma.<br />E a dor vem sim como um remédio<br />Que só no íntimo – e no gosto –<br />Remete às amêndoas.<br /><br /><br />Amor-novo.<br />De um novo entender o sol<br />E o frescor, o frescor raro.<br />À maneira nova, serão levados<br />Os amores – com e sem ventura!<br /><br /><br />Se a um tempo não se morre, se passa<br />Ao que se pode ver a extrema graça<br />De morrer<br />Um pouquinho de amor<br /><br /><br />Naquela manhã de fevereiro,<br />Restaram o sol e os confetes na sarjeta.<br />E a praça, a praça<br />continuava ali.<br /><br /><br />(Ao amigo Rodolfo, que me deu a <a href="http://e-musicafalada.blogspot.com/2007/01/vendo-passar-ela.html">forma</a> desta poesia.<br />E a elas, elas que passam.)<br /><br /><span style="font-weight: bold;"><div style="text-align: right; font-weight: bold;"><span style="font-weight: normal;">Poema do amigo Rafael, em 22 de fevereiro de 2007</span><br /></div><span style="font-weight: bold;"></span></span>Rodolfohttp://www.blogger.com/profile/03309384620714967194noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-36158810.post-29801732704888436752009-09-17T17:17:00.010-03:002009-09-17T17:48:10.269-03:00Sapato Florido<div><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">DA PAGINAÇÃO </span><br /></div><div><br /></div><div>Os livros de poemas devem ter margens largas e muitas páginas em branco e suficientes claros nas páginas impressas, para que as crianças possam enchê-los de desenhos - gatos, homens, aviões, casas, chaminés, árvores, luas, pontes, automóveis, cachorros, cavalos, bois, tranças, estrelas - que passarão também a fazer parte dos poemas…</div><div><br /></div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">TRISTE ÉPOCA</span></div><div><br /></div><div>Em nossa triste época de igualitarismo e vulgaridade, as únicas criaturas que mereceriam entrar numa história de fadas são os mestre-cucas, com os seus invejáveis gorros brancos, e os porteiros dos grandes hotéis, com os seus <a href="http://images.google.com/images?hl=en&client=safari&rls=en&um=1&sa=1&q=alamares&aq=f&oq=&aqi=&start=0#start=0&imgtype=photo">alamares</a>, os seus <a href="http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=adem&CP=4457&typeToSearchRadio=exactly&pagRadio=10">ademanes</a>, a sua indiscutida majestade.</div><div><br /></div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">EXEGESE</span></div><div><br /></div><div>- Mas que quer dizer esse poema? - perguntou-me alarmada a boa senhora.</div><div>- E que quer dizer uma nuvem? - retruquei triunfante.</div><div>- Uma nuvem? - diz ela. - Uma nuvem umas vezes quer dizer chuva, outras vezes bom tempo...</div><div><br /></div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">QUE HAVERÁ NO CÉU?</span></div><div><br /></div><div>Se não houver cadeiras de balanço no Céu... que será da tia Élida, que foi para o Céu?</div><div><br /></div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><br /></span></div><div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;">(Todos poemas do livro <a href="http://books.google.com/books?id=sKTsgFPdA-sC&lpg=PA78&ots=1uZ7Nd3x80&dq=exegese%20quinatana%20nuvem&pg=PP1#v=onepage&q=&f=false">Sapato Florido</a>, de Mário Quintana)</span></div>Rodolfohttp://www.blogger.com/profile/03309384620714967194noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-36158810.post-25231065085043392672009-09-03T00:54:00.006-03:002009-09-17T20:32:05.725-03:00Pro Bem da Cidade<p>Como é difícil você não se entrosar<br />e ainda ter uma certa tendência<br />a se espreguiçar em hora errada:<br />e São Paulo não pode parar pra te acompanhar. </p><p>Como é difícil!<br />E você acaba perdendo a calma<br />porque seu ônibus não espera.<br />Você vem devagarinho, meio com sono,<br />ele não espera.<br />Se você corre, gesticula,<br />grita desesperado, ele espera.<br />Mas se você vem devagarinho, meio com sono,<br />ele não espera. </p>Acho que vou ter quer dar um jeito nessa cidade.<br />É pro bem dela.<br />Já que não vou mudar mesmo,<br />eu vou dar um jeito nela.<br />É pro bem dela.<br /><br /><div style="text-align: right;">(Simples canção de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Luiz_Tatit">Luiz Tatit</a> -<a href="http://www.4shared.com/file/107214744/9fbd82a9/Grupo_Rumo_-_Rumo_aos_Antigos.html?s=1"> Rumo aos antigos</a>)<br /></div>Rodolfohttp://www.blogger.com/profile/03309384620714967194noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-36158810.post-29027474034652681202009-07-30T01:16:00.021-03:002009-09-02T02:38:59.435-03:00Modelo de cantada vulgar para uma mocinha sentada no banco da frente do ônibus<span style="color: rgb(255, 255, 255);"></span>Os cabelos de - qual é o teu nome? -<br />são aquele cabelo-idéia de que falaria Platão.<br /><br /><span style="font-size:85%;"><br /></span><span style="font-size:85%;">(meio segundo depois - chato - me desperta que, sem lembrar, roubei os versos<br />já prontos n<a href="http://jamesemanuel.blogspot.com/2009/01/manuel-bandeira-13.html" target="_blank" title="seio">um poema qualquer do Bandeira</a>)<br /><br /><br /></span><div style="text-align: right;"><span style="font-size:85%;">fevereiro de 2009</span><br /></div>Rodolfohttp://www.blogger.com/profile/03309384620714967194noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-36158810.post-13859028081227963852009-01-16T23:18:00.003-02:002009-07-30T02:08:44.898-03:00Ausência número 2<span style="color: rgb(255, 255, 255);"></span>nesse domingo<br />Passado<br />acordei com teu Cheiro<br /><br />cheirando sobre os meus ombrosRodolfohttp://www.blogger.com/profile/03309384620714967194noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-36158810.post-74246939607472907162008-12-13T04:07:00.007-02:002008-12-13T04:51:45.381-02:00ComprimidoDeixou a marca dos dentes<br />Dela no braço<br />Pra depois mostrar pro delegado<br />Se acaso ela for se queixar<br />Da surra que levou<br />Por causa de um ciúme incontrolado<br /><br />Ele andava tristonho<br />Guardando um segredo<br />Chegava e saía<br />Comer não comia<br />E só bebia<br />Cadê a paz<br />Tanto que deu pra pensar<br />Que poderia haver outro amor<br />Na vida do nego<br />Pra desassossego<br />E nada mais<br /><br />Seu delegado ouviu e dispensou<br />Ninguém pode julgar coisas de amor<br />O povo ficou intrigado com o acontecido<br />Cada um dando a sua opinião<br />Ela acendeu muita vela<br />Pediu proteção<br />O tempo passou<br />E ninguém descobriu<br />Como foi que ele<br />Se transformou<br /><br />Uma noite<br />Noite de samba<br />Noite comum de novela<br />Ele chegou<br />Pedindo um copo d’água<br />Pra tomar um comprimido<br />Depois cambaleando<br />Foi pro quarto<br />E se deitou<br />Era tarde demais<br />Quando ela percebeu<br />Que ele se envenenou<br /><br />Seu delegado ouviu<br />E mandou anotar<br />Sabendo que há coisas<br />Que ele não pode julgar<br />Só ficou intrigado<br />Quando ela falou<br />Que ele tinha mania<br />De ouvir sem parar<br />Um samba do Chico<br />Falando das coisas do dia-a-dia<br /><br /><span style="font-size:85%;">(Samba de Paulinho da Viola. </span><span style="font-size:85%;">Pra se ouvir quando</span><br />c<span style="font-size:85%;">antado pelo mesmo ou por Cristina Buarque)</span>Rodolfohttp://www.blogger.com/profile/03309384620714967194noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-36158810.post-88931125410616177612008-11-29T20:25:00.004-02:002008-11-29T21:26:22.312-02:00No Infanto?.<br /><a href="http://2.bp.blogspot.com/_XxpAey4BH7w/STHDRTw1TSI/AAAAAAAAAAU/TeJEckcJWZA/s1600-h/cartaz_72.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5274211340757847330" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 270px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/_XxpAey4BH7w/STHDRTw1TSI/AAAAAAAAAAU/TeJEckcJWZA/s400/cartaz_72.jpg" border="0" /></a><br /><div><a href="http://1.bp.blogspot.com/_XxpAey4BH7w/STHCzD_d3CI/AAAAAAAAAAM/ga-HvqIwp1g/s1600-h/cartaz_72.jpg"></a><br />Um lenitivo para os aflitos. Carnaval está pronto. Falta só botar a escola na rua!<br /><div></div><br /><div></div></div>Rodolfohttp://www.blogger.com/profile/03309384620714967194noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-36158810.post-70760163744777438052008-11-09T14:47:00.007-02:002008-12-13T04:46:12.983-02:00Ausência número 1Esses shorts amarelos...<br /><br />.<br />.<br />.<br /><br /><br />são a coisa mais insosa do mundo<br />sem você.Rodolfohttp://www.blogger.com/profile/03309384620714967194noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-36158810.post-3298278721341853142008-04-07T20:59:00.003-03:002008-04-07T21:03:59.574-03:00O beijoQuando a moça lhe estendeu a boca<br />(A idade da inocência tinha voltado,<br />Já não havia na árvore maçãs envenenadas),<br />Ele sentiu, pela primeira vez, que a vida era um dom fácil<br />De insuspeitáveis possibilidades.<br /><br />Ai dele!<br />Tudo fora pura ilusão daquele beijo.<br />Tudo tornou a ser cativeiro, inquietação, perplexidade:<br /><br />- No mundo só havia de verdadeiramente livre aquele beijo.<br /><br /><span style="font-size:85%;">(de Manuel Bandeira)</span>Rodolfohttp://www.blogger.com/profile/03309384620714967194noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-36158810.post-75488674850717221302008-03-02T21:12:00.002-03:002008-03-02T21:27:26.773-03:00Por uma glote que se fechaEra linda e<br />sentara ao meu lado<br /><br />e soluçava.<br />Às 3 e 55 da madrugada,<br />sem poder se conter,<br /><br />soluçava.<br /><br />Ritmado,<br />súbitos solavancos, ruídos,<br /><a href="http://cienciahoje.uol.com.br/3292">o soluço</a><br />a tornava cômica.<br /><br />E cômica<br />(nos soluços)<br />em parte(s)<br />deslindava,<br /><br />enquanto soluçava.Rodolfohttp://www.blogger.com/profile/03309384620714967194noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-36158810.post-75643272471752623832007-12-10T02:11:00.002-02:002010-03-10T03:33:00.853-03:00Não-poema todo pra Lia1.<br />Nem todo mundo<br />dá num poema<br />meu<br />ou de qualquer outra pessoa.<br /><br />2.<br />Ele - o poema -<br />salta, corre, dança<br />tentando te ser,<br />mas não alcança:<br />me foge.<br /><br />Ele - não este -<br />pensa, fabula, conspira<br />e, tentando te ser,<br />irrompe em fala.<br />Mas fala pouco,<br />fala sem ênfase:<br />e não te serve.<br /><br />3.<br />Aqui, a busca pára<br />e o poema não aparece.<br />Entrego: não tenho a técnica para fazê-lo.<br />Mas sei bem<br />que ele existe, mesmo<br />sem ser encontrado,<br />ante-estético, em mim.<br /><br />4.<br />Então, este - o não-poema - se faz<br />no inconcluso.<br />Se faz pouco,<br />e tampouco te diz ou te digniza,<br />mas, teu,<br />é o que pude<br />com tempo estreito<br />e largo carinho,<br />Lia.Rodolfohttp://www.blogger.com/profile/03309384620714967194noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-36158810.post-2844535792472634132007-11-27T01:36:00.000-02:002007-11-27T01:44:18.253-02:00João Cabral de Melo Neto<span style="font-size:130%;"><strong></strong></span><br /><span style="font-size:130%;"><strong>O que se diz ao editor a propósito de poemas</strong></span><br /><br />Eis mais um livro (fio que o último)<br />de um incurável pernambucano;<br />se programam ainda publicá-lo,<br />digam-me, que com pouco o embalsamo.<br /><br />E preciso logo embalsamá-lo:<br />enquanto ele me conviva, vivo,<br />está sujeito a cortes, enxertos:<br />terminará amputado do fígado.<br /><br />Terminará ganhando outro pâncreas;<br />e se o pulmão não pode outro estilo<br />(esta dicção de tosse e gagueira),<br />me esgota, vivo em mim, livro-umbigo.<br /><br />Poema nenhum se autonomiza<br />no primeiro ditar-se, esboçado,<br />nem no construí-lo, nem no passar-se<br />a limpo do dactilografá-lo.<br /><br />Um poema é o que há de mais instável:<br />ele se multiplica e divide,<br />se pratica as quatro operações<br />enquanto em nós e de nós existe.<br /><br />Um poema é sempre, como um câncer:<br />que química, cobalto, indivíduo<br />parou os pés desse potro solto?<br />Só o mumifica-lo, pô-lo em livro.<br /><br /><br /><span style="font-size:85%;">Com este poema <strong>João Cabral </strong>abre seu livro de poemas (nao foi o último) "A escola das facas".</span>Rodolfohttp://www.blogger.com/profile/03309384620714967194noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-36158810.post-73620387664765130592007-10-17T15:53:00.001-02:002009-07-30T02:17:03.767-03:00Uma cançãoDesde o início de uma manhã qualquer<br />homens de terno apertados<br />por suas gravatas refrescados<br />por aparelhos<br />de ar condicionado<br />conspiram contra o meu futuro.<br /><br />Eu apertado por tudo<br />menos por enquanto<br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">........</span> por gravatas de tecido<br />levo adiante a comum subvida<br />que se leva numa cidade<br />vestida de calças e paletó.<br /><br />No caminho<br />de ida gasto<br />horas do meu dia<br />o preço desonesto da passagem (de onibus?)<br />e minha ternura.<br /><br />No caminho<br />sem volta alheio<br />a tudo<br />enquanto os dias estão cada vez mais perdidos<br />tento tomar um pouco de ar<br />:afrouxo gravatas:<br />de saias e cheirando a mato<br />escrevo uma canção.Rodolfohttp://www.blogger.com/profile/03309384620714967194noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-36158810.post-41088145704622032452007-09-28T12:59:00.005-03:002009-07-30T02:22:48.111-03:00Ode ao ruídoNa rua, <p class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt;">(Um homem ao outro mais moço: Há três anos? Então você ainda não sabe. Três anos!? Quando tiver uns dez, aí você vai começar a entender.)<i style=""><o:p></o:p></i></p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal"><span class="GramE">eu</span> é que</p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt;">(A mulher, simples, bêbada e em sorrisos: Sabe quantos anos eu tenho? Quinze! Eu vou ter pra sempre quinze anos de idade! - e mais sorrisos.<span class="GramE">)</span> </p> <p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal"><span class="GramE">não</span> me fecho</p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt;"><span class="GramE">entre</span> parênteses</p> <p class="MsoNormal"><span class="GramE">de</span> ouvidos</p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt;">(Vitor, amigo essencial e perdido, me dá um grito.),</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal"><span class="GramE">enquanto</span> tudo</p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt;">ruído</p> <p class="MsoNormal"><span class="GramE">polui</span> o ar </p> <p class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt;"><span class="GramE">de</span> música, <span class="SpellE">antimúsica</span>, lira e <span class="SpellE">antilira</span>,</p> <p class="MsoNormal"><span class="SpellE"><span class="GramE">nun</span></span> <span class="SpellE">i-pod</span>.</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p><br /><p class="MsoNormal"><span class="GramE">Rua é lugar de <span>)</span></span>orelha<span>(</span> nua.</p>Rodolfohttp://www.blogger.com/profile/03309384620714967194noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-36158810.post-13732285379568281242007-08-06T17:23:00.000-03:002007-08-06T17:24:01.707-03:00www.musicaparada.blogspot.comRodolfohttp://www.blogger.com/profile/03309384620714967194noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-36158810.post-88308546047959959062007-05-13T20:23:00.001-03:002009-07-30T02:15:41.378-03:00Nova poesiaEu nem sou<br />isto espalhado por<br />Aqui<br />o que se vê é<br />um outro, que oscila:<br />ora meu vizinho próximo,<br />ora morador de nem sei onde distante.<br /><br />Que este eu exista e se confunda<br />comigo<br />na maioria das vezes<br />na maioria das vezes<br />é só mostra do quão<br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">...........................</span>raso<br /><span style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="color: rgb(255, 255, 255);">..........................</span> </span>novo<br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">............ </span>sou eu<br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">............</span><span style="color: rgb(255, 255, 255);"> </span>é tudo<br /><br />por aqui.Rodolfohttp://www.blogger.com/profile/03309384620714967194noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-36158810.post-65505137186794673512007-04-14T13:29:00.000-03:002007-04-14T13:32:10.992-03:00As coisasAs coisas têm<br />massa,<br />volume,<br />tamanho,<br />tempo,<br />forma,<br />cor,<br />posição,<br />textura,<br />duração,<br />densidade,<br />cheiro,<br />valor,<br />consistência,<br />profundidade,<br />contorno,<br />temperatura,<br />função,<br />aparência,<br />preço,<br />destino,<br />idade,<br />sentido.<br />As coisas não têm<br />paz.<br /><br /><span style="font-size:78%;">(Arnaldo Antunes)</span>Rodolfohttp://www.blogger.com/profile/03309384620714967194noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-36158810.post-53730933955099998682007-04-02T00:47:00.001-03:002009-07-30T02:15:09.900-03:00Réplica<strong><span style="font-family:arial;">I. Presente perfeito</span> </strong><p><em>“Não foi o vermelho que expirou.” ?<br /></em>Como!? Se na ficção da vida<br />de uma noite de janeiro,<br />cheio de para-sempres, o mato!<br /></p><p><br /><strong><span style="font-family:arial;">II. Pretérito perfeito </span></strong></p><p>Mais:<br />aquele vermelho, finado e passageiro,<br />morreu única e exclusivamente<br />porque assim o fiz.<br />Morte de minhas próprias mãos,<br />numa disparatada e voraz<br /><span style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="color: rgb(255, 255, 255);">___________</span> </span>...<strong>explosão!</strong><br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">___________</span>Toda sonora.<br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">___________</span>Cheia de força.<br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">___________</span>D’uma só vez.<br /><br />Minutos depois, a calmaria...<br />Então (re) matei metódico,<br />com toques e retoques,<br />cheio de cuidados e esmero,<br />E de sorrisos na face,<br />encerrei o vermelho.<br /></p><p><br /><strong><span style="font-family:arial;">III.Futuro do Presente</span></strong> </p><p>Como matemático, em voz alta,<br />provo o trabalho acabado.<br />E é na garganta que o sinto correto:<br />de canto é seu fado.<br /><br />Ao som de canção,<br /><strong>(nova explosão!)</strong><span style="font-size:130%;"><br /></span>tudo novamente se dá:<br />um’outra felicidade;<br />um’outra fabulação.<br />E assim, em fato – sonoro –<br />se refaz e desfaz<br />a vida do <a href="http://e-musicafalada.blogspot.com/2007/01/vendo-passar-ela.html">m-eu-lírico vermelho</a>.<br /></p><p><br /><span style="font-size:78%;">(em resposta. a mim e ao amigo rafael.)</span></p>Rodolfohttp://www.blogger.com/profile/03309384620714967194noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-36158810.post-64673843422162249042007-03-25T13:14:00.001-03:002009-07-30T02:14:13.960-03:00rápida suposição da dureza<span style="color: rgb(0, 0, 0);">.</span><br />Talvez estej'ela certa,<br />e eu seja mesmo como pedra.<br />Se sim, talvez, ainda assim,<br />eu faça tudo<br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">....</span>(igual)<br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">...........</span>a ela<br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">...........</span>a todos os outros<br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">...........</span>ao meu jeito:<br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);">....</span>duro como pedra.<br /><br />Talvez...<br />Um talvez triste.<br /><br /><span style="font-size:78%;">(Pra mim. Pra falar sem pausas. Pra reler. Pra que.)</span>Rodolfohttp://www.blogger.com/profile/03309384620714967194noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-36158810.post-51967297763530811542007-02-24T00:08:00.000-02:002007-02-24T01:35:54.798-02:00DelaNela há tanta delícia,<br />que, ela,<br />fosse minha todo dia,<br />todo dia ávido eu<br />faria de'm seu corpo<br />sem vírgulas<br />um jogolingüístico-fotografia,<br />para o qual eu operaria<br />a máquina digital<br />dela minha,<br />sujeito e objeto<br />da mais concreta<br />poesia. minha.<br /><br /><span style="font-size:85%;">(Dela)</span>Rodolfohttp://www.blogger.com/profile/03309384620714967194noreply@blogger.com8