17 outubro, 2007

Uma canção

Desde o início de uma manhã qualquer
homens de terno apertados
por suas gravatas refrescados
por aparelhos
de ar condicionado
conspiram contra o meu futuro.

Eu apertado por tudo
menos por enquanto
........ por gravatas de tecido
levo adiante a comum subvida
que se leva numa cidade
vestida de calças e paletó.

No caminho
de ida gasto
horas do meu dia
o preço desonesto da passagem (de onibus?)
e minha ternura.

No caminho
sem volta alheio
a tudo
enquanto os dias estão cada vez mais perdidos
tento tomar um pouco de ar
:afrouxo gravatas:
de saias e cheirando a mato
escrevo uma canção.

3 comentários:

Bárbara disse...

Homens de terno
e
mulheres de taier...
(não gostaria de ser uma dessas...)

Por isto depois de horas de ônibus na ida e na volta... Chego em casa a noite e faço canções e exercícios de agilidade e escala maiores e menores em meu contra baixo!

:p

Pedro David disse...

Lindo texto!

Anônimo disse...

reli... (o final realmente me soa melhor assim.) mto bom, rodolfo, mto bom que nesse mundo con-fuso voce consiga extrair uma canção... uma terna canção ;)
bjos mimosos...