O beijo
Quando a moça lhe estendeu a boca
(A idade da inocência tinha voltado,
Já não havia na árvore maçãs envenenadas),
Ele sentiu, pela primeira vez, que a vida era um dom fácil
De insuspeitáveis possibilidades.
Ai dele!
Tudo fora pura ilusão daquele beijo.
Tudo tornou a ser cativeiro, inquietação, perplexidade:
- No mundo só havia de verdadeiramente livre aquele beijo.
(de Manuel Bandeira)